O Problema do “Cursinho”

O Problema do “Cursinho”

Você já deve ter sido aluno de “cursinho” e não conseguiu resultados ou mesmo já ouviu alguém falando mal dos cursos online na internet.

Eu percebo alguns erros bem comuns tanto no comportamento do aluno que compra o “cursinho”, como no jeito que o curso é feito.

1) Sobre como o curso é feito – em primeiro lugar, acredito que os cursos online hoje são muito generalistas. O que isso quer dizer? Que você vai no site do curso e ele oferece uma gama enorme de cursos (alguns cursos vão desde ENEM até magistratura federal); infelizmente, os cursos para magistratura do trabalho não são o “carro-chefe” desses grandes cursos. Em verdade, é mais um produto para complementar, para atender uma demanda; então você vê os mesmos professores que dão aulas para o concurso de magistratura estadual, por exemplo, dando aula de Direito Civil, Direito Penal etc., no curso de magistratura do trabalho.

Mas qual é o problema disso? É uma das coisas que eu digo: você peca por estudar menos e também peca por estudar mais do que o necessário. Então como esse professor é uma “estrela” do curso de magistratura estadual, quando ele vem para o curso para juiz do trabalho, ele quer demonstrar todo o conhecimento. Queira ou não, as aulas, para ele, são cada vez mais automáticas. Lógico que existem boas aulas e o conteúdo é ótimo, mas será que ele se aplica ao seu concurso?

Explico: eu cheguei a fazer videoaulas. E nesses cursos grandes existe lá a aula de Direito Civil para a magistratura do trabalho. O que era ministrado no curso? Divergências doutrinárias diversas, enunciados do Conselho da Justiça Federal, Súmulas, julgados do Superior Tribunal de Justiça. Mas espera aí, eu queria passar no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, que não cobrava isso. Resultado: eu estava perdendo tempo.

2) Sobre o comportamento do aluno – o aluno do cursinho é um candidato a passar uma prova. Então, a partir do momento em que você compra o curso online você pode adotar dois caminhos:

– o primeiro é usar o curso por videoaula como mais uma ferramenta para o seu estudo; então você sabe que tem a doutrina para ler, a lei seca para enfrentar, questões para resolver e videoaula para assistir, tudo de maneira ativa. Com a videoaula, esse aluno ativo sabe que todos os estudos dele dependem exclusivamente de estar ali, presente. E esse aluno sabe também de uma coisa, a videoaula é mais um estímulo para os estudos, e não o único estímulo. Então ele usa a videoaula como complemento ou mesmo para aqueles dias em que ele está cansado.

– o segundo aluno faz uma coisa mais resumida: ele terceiriza a responsabilidade de passar no concurso para o curso online. Apenas vai lá, reserva um horário no seu dia, liga o computador e fica na frente dele, acreditando que tudo vai entrar por milagre em sua cabeça.

Nem é preciso dizer que, pelo número de alunos dos grandes cursos, a grande maioria adota o segundo comportamento, deixando nas mãos do “cursinho”.

Como resolver? Em primeiro lugar, eu diria que videoaula não é o vilão. O vilão é o curso grande que não vê o perfil da prova para criar o curso; mas também é vilão o candidato que terceiriza a responsabilidade para o cursinho. O jeito fácil de resolver isso é procurar um curso de videoaula que seja de confiança, principalmente aquele com bons professores, mas que ainda não é um gigante no mercado; por outro lado, você não pode terceirizar a sua responsabilidade: se você acha que pelas suas características, videoaula em casa não é para você, simplesmente opte por criar seu próprio material ou por comprar um material escrito.

3 Comentários

Tamara Publicado em4:03 am - abril 8, 2021

Texto excelente e super necessário, professor! 👏

    Ricardo L P Alves Publicado em5:05 pm - abril 12, 2021

    Muito obrigado pelo feedback

Tamara Gomes Publicado em4:01 am - abril 8, 2021

Texto excelente e super necessário, professor! 👏

Deixe uma resposta